Os
que acompanham este blog, deste o nascedouro, a notícia de que ele chega ao fim
não vai surpreender. As crônicas que me propus a divulgar e que haviam sido
publicadas no jornal virtual Montbläat criado por Fritz Utzeri, haveriam de se
esgotar um dia. Foram 200 as aqui divulgadas. Ainda existe mais de uma centena.
Mas estas ou são datadas, o que as tornaria sem sentido nos dias de hoje; ou
não resistiram a uma revisão que fiz. Não gostei do que reli. Crítica de mim
mesma, nem sempre acerto. Surpresas me foram causadas com o julgamento de vocês:
muitas das que eu achava boas pouco foram lidas; muitas das que eu achava
apenas razoáveis tiveram um enorme sucesso!
A
insistência de Fritz (uma verdadeira cobrança!) para que eu divulgasse o que
escrevia, não foi atendida por mim enquanto ele estava entre nós e isto me
causou uma enorme culpa quando ele se foi me deixando órfã de seu brilhantismo,
de sua santa fúria, de seu carinho, de sua cultura e de sua inteligência. Um
buraco impossível de ser preenchido. A divulgação das crônicas havia sido o
único pedido que ele me havia feito. E pedido de amigo é ordem, não é não? E eu
não o fiz. E a danada da culpa passou a me assombrar. O blog deveria ter tido este
nome: “danada culpa”. Ao invés disto optei pelo “vai daí quem sabe?” que expressava
a certeza dele de que fariam sucesso contendo no ponto de interrogação minha dúvida
de que isto fosse ocorrer.
O
que nem eu nem ele imaginávamos foi o que de mais importante aconteceu: adoráveis
pessoas me vieram como um presente maravilhoso. A cada uma delas escreverei
diretamente não agradecendo o apoio, porque palavras não existem que o possam
expressar. Mas para pedir encarecidamente que não desapareçam porque já fazem
parte de meu mundo e não quero nem posso admitir perdê-las.
O
que nunca vou descobrir é o por que destas crônicas terem sido lidas em 43 países
que não o Brasil! Até no Sri Lanka! Deles nunca me veio um só comentário: nem
elogioso, nem não. Tenho para mim que os leitores são estudantes de português a
cata de pequenos textos escritos em tom coloquial. A estes leitores um alerta: tomo
licenças absurdas com este nosso tão lindo idioma, até inventando palavras. É
imprudente me seguir, sobretudo tendo em vista minha total incapacidade de
colocar vírgulas corretamente!
Segundo
fiquei sabendo o blog inativo ainda será mantido por certo tempo. Quem sabe
alguém distraidamente ainda passará por aqui? Acredito que pouquíssimos
leitores tenham lido todas. Aos que não o fizeram recomendo que leiam A Queda
do Ministro em Três Tempos que ilustra de maneira perfeita minha personalidade clumsy sendo o único incidente que
mereceu divulgação na mídia, à época.
A
vocês, tão especiais, o agradecimento que eu não consigo expressar por existir
dentro de mim como sentimento e não como palavras.
É
isto, minha gente. Dos que não habitam neste Rio de Janeiro espero sempre
receber notícias. Aos que aqui habitam fica meu convite: passem para um
cafezinho. É só avisar e eu vou adorar conhecê-los.